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Violência Intrafamiliar

  

     Existem quatro tipos de violência contra a criança e adolescente: a física, a sexual, a psicológica e a negligencia.  A física corresponde ao uso de força física com crianças ou adolescentes por parte de seus pais ou alguém que exerce essa autoridade. A sexual é quando ocorre uma situação em que a criança ou adolescente é usada como gratificação sexual de um adulto ou de um adolescente mais velho numa relação de poder. A violência psicológica surge através de varias formas uma delas é por meio de uma interferência negativa do adulto sobre a criança assim como, rejeitar, ignorar, isolar, aterrorizar e entre outros. A negligência é a família abdicar de fazer o necessário para o filho como suprir as necessidades físicas e emocionais da criança ou do adolescente. (BARUKI; BERTOLIN, 2009; MIT; MECCA; SCARPA, 2009)

     A violência intrafamiliar é composta por violência doméstica, de gênero, as citadas a cima e todas que são englobadas no âmbito familiar. A violência doméstica são comportamentos que ocorrem no ambiente domiciliar, ou seja, espaço onde convivem pessoas permanentes que tenham ou não vínculos familiares. Assim, essas violências são compreendidas quando ocorre num grupo formado por indivíduos que são considerados aparentados, unidos por laços naturais, afinidade ou por vontade, podendo então o agressor ser o pai, mãe, filho, sogra, padrasto, marido, ou amigos que moram na mesma casa. (BARUKI & BERTOLIN, 2009)

     A temática da violência intrafamiliar merece atenção, se considerarmos os números e o silêncio que a envolvem. No LEVV, entendemos por violência intrafamiliar qualquer ato de abuso físico ou verbal realizado por qualquer um de seus membros, demarcando uma situação de poder de um sobre o outro.   É também toda e qualquer omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física e psicológica de alguém. Qualquer ato que possa restringir a liberdade ou afetar o direito ao desenvolvimento pleno de uma pessoa.

     Os números mostram que ela é crescente e preocupante, e sabemos que eles não representam a realidade desse fenômeno, já que o silêncio faz com que a violência dentro das casas ficam que escondida, sem denúncia ou testemunha; por isso, os dados referem-se somente aos casos notificados, que representam uma parte pequena do problema. (SEQUEIRA; STELLA,2012)

     Mesmo assim, os índices de violência são altos, pois tivemos 159.754 casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes no Brasil (casos notificados entre 1996 e 2007). Com relação às mulheres, pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2002 aponta que nos casos dos homicídios praticados contra mulheres em todo o mundo, quase a metade tinha como autor seus maridos ou namorados, atuais ou ex. O que aponta que o problema da violência intrafamiliar é um fenômeno mundial. No Brasil, o relatório de 2006 do Ministério da Justiça aponta que dentre as ocorrências nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, 9,4% eram delitos classificados como Violência Doméstica. (SEQUEIRA; STELLA,2012)

Podemos perceber que a violência intrafamiliar existe e tem números elevados, e isso justifica a importância de estudá-la. Essa temática ganha destaque e interesse entre os profissionais que precisam desenvolver conhecimento e técnica para intervir nessa área, (SEQUEIRA; STELLA,2012). Por isso temos uma linha de pesquisa sobre isso no LEVV.

Violência contra a Mulher

     A violência contra a mulher que abrange qualquer ato ou comportamento baseado no gênero, que pode causar morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a mulher, na dimensão de esfera publica ou privada, violências que violam os direitos humanos.

     O Brasil ocupa o 7º lugar no ranking de feminicídios (homicídios contra a mulher) com 4,4 mulheres assassinadas em 100 mil. Além desta alarmante colocação, o número de mortes de mulheres entre 1980 e 2010 triplicou de 1353 para 4465. Por último, de acordo com o SUS de aproximadamente 107 mil agressões registradas em 2011, 70 mil eram contra mulheres enquanto 37 mil envolviam agressões contra homens configurando assim uma proporção de dois a cada três atendimentos tendo a mulher como vítima. (WAISELFISZ, 2012). Essas estatísticas tornam o Brasil o país onde o tema violência contra a mulher um assunto importante a ser tratado assim como sua prevenção e a possibilidade de terapia. SEQUEIRA et al, 2013)

     Strey (2007) salienta que os efeitos sobre a mulher que está inserida nesse contexto de violência com elementos de dominação, passividade, inércia, e assim predominantemente violento, afetam de forma prejudicial o bem-estar, autoestima, desenvolvimento individual e a participação na sociedade, por isso torna-se necessário a compreensão da conjuntura na qual a violência ocorre e o significado que assume, para que haja a efetividade de políticas públicas que atendam as necessidades dessas mulheres de forma integral (apud SEQUEIRA et al, 2013).

     Violência de gênero pode ser produzida e reproduzida em relações de poder onde se entrelaçam categorias de gênero, classe e raça/etnia. A expressão gênero começou a ser utilizada como uma forma de rejeição ao determinismo biológico implícito aos termos sexo e diferença sexual, integrando o tópico ao âmbito da organização social de relação entre os sexos. Historicamente, gênero surge para se referir as diferenças culturais entre os sexos e assim como as praticas que visam a visibilidade as desigualdades entre homens e mulheres a fim de enfrentar a violência de gênero, também se torna preocupante dados usos de gênero que podem vir a fortalecer a violência no âmbito das relações de gênero. Essa associação que considera determinados sentimentos como femininos podem vir a contribuir para uma violência devido ao fato de excluir a possibilidade de homens terem tais sentimentos, fazendo assim que se sintam menos homens. (GOMES, 2008 apud SEQUEIRA et al, 2013).

Referências Bibliográficas

ALDRIGHI, T; OLIVEIRA, D. G; MICCAS, C; FRIEDENREICH, G. M; HSU, E; COBELLIS, M, 2009: Famílias em situação de vulnerabilidade social: A rede social e violência familiar.  In: BOGGIO,P.S; CAMPANHÃ, C. (org), Família, Gênero e Inclusão Social. São Paulo: Memnon, 2009, p.84 – 95.

 

SEQUEIRA, V.C; STELLA, C. Família e violência: resquícios da cultura patriarcal. In: Emancipação, Ponta Grossa, 12(1): 71-86, 2012. Disponível em http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao . acessado em 12/04/2014.

 

SEQUEIRA, V.C; BELLEZA, B.; BRITO, J; GUIZELINI, L.;  HIROSHI, L.;  PASSARINI, P.; BIRAL, P.;  MARSICANO, S. O potencial de resiliência em mulheres que estão em situação de violência conjugal. Relatório de Pesquisa, SEBPEq. Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2013.

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