ARTIGOS - RESILIÊNCIA, VIOLÊNCIA E VULNERABILIDADE SOCIAL
Resumo: Ao longo da história, educação e cuidado de crianças pequenas se confundiram nas formulações e execuções de políticas públicas. Este ensaio, baseado em revisão bibliográfica temática, tem como objetivo discutir a relação entre os conceitos de educação e cuidado, em uma perspectiva histórica, sobre o atendimento de crianças pequenas, especialmente aquelas sem respaldo familiar. A confusão entre os conceitos educação e cuidado ainda é percebida em práticas cotidianas de atendimento de crianças, que pode carregar em suas concepções a herança histórica, política e econômica da sociedade na qual este tipo de atendimento está inserido. Em nosso país práticas educativas são muitas vezes confundidas com práticas de cuidados no que se refere ao atendimento de crianças pequenas, sem respaldo familiar.
Resumo: O presente trabalho abrange propostas de intervenção e pesquisa ocorridas entre 2009-2010, a partir do conjunto de ações desenvolvidas com famílias cadastradas em programa social, que vivem em espaços e situações de vulnerabilidade social. A proposta fez parte de um projeto financiado pelo governo da cidade de São Paulo em parceria com a União Européia. As ações estiveram vinculadas à temática família, gênero e inclusão social. O projeto focou na atenção à família em situações de vulnerabilidade social. Resultados apontam a importância das articulações com a rede social para o fortalecimento dos recursos familiares e psicossociais, além do instrumental desenvolvido subsidiar ações e articulação nos níveis de intervenção primária, secundária ou terciária, apontam para a necessidade de políticas eficazes que assegurem a garantia de direitos. A identificação da exclusão da família, enquanto instituição social deveria ser cuidada e auxiliada para a promoção de sua própria autonomia. Poucos são os esforços para a restauração de vínculos e para a promoção de crescimento dos familiares como um todo: companheiros, pais, filhos, avós, companheiras, mães, filhas e avós. Por fim, ampliar possibilidades de intervenção, incorporadas em diferentes modalidades terapêuticas, envolvendo aspectos sociais e legais, principalmente se pensarmos em programas preventivos.
Resumo: O artigo tem por finalidade discutir o conceito de resiliência, visando o seu emprego em abrigos de crianças e adolescentes. Tem-se a informação de que algumas pessoas saem-se fortalecidas dos eventos traumáticos e outras sucumbem. Colocando esta ideia em termos científicos, a resiliência consiste na capacidade do ser humano de desenvolver habilidades de superação perante situações que lhe são adversas ou ainda diante de eventos traumáticos. Este posicionamento baseia-se nos estudos de Boris Cyrulnik, que marcou um novo direcionamento conceitual baseando-se nos resultados de sua experiência. Ele se distancia do conceito da resiliência como atributo intrínseco existente em determinadas pessoas, como algo inerente da personalidade que se expressa naturalmente, sem levar em conta o aprendizado. Priorizam-se os abrigos de crianças e adolescentes, como ambiente adverso ao contexto de uma família considerada normal. Neste sentido, o trabalho segue um novo rumo para analisar os abrigos segundo o ponto de vista da ECA, que preconiza um tratamento afetuoso junto com a assistência à rotina diária dos que habitam nos abrigos. São, nessas instituições, analisados os fatores promotores e adversos no desenvolvimento da resiliência. Entrevistas efetuadas com os educadores e observações do ambiente são os instrumentos utilizados para coleta e interpretação de dados com respeito a esse conceito nesse ambiente. Como conclusão,
considera-se a importância da melhoria desse contexto, partindo do treinamento dos educadores e de sua valorização como agentes indispensáveis ao oferecimento de oportunidades para a promoção da resiliência nessas instituições.
Resumo: O presente artigo discorre sobre o estágio de Psicologia Jurídica realizado no ano 2005 em um abrigo de São Paulo. Foi atendida uma garota de oito anos que se encontrava abrigada desde os sete meses de idade com o foco em sua reintegração familiar. Sua história se mostrou marcada por rejeições e violência e assim, a garota apresentou necessidade de buscar segurança e aceitação dentro do contexto terapêutico. Foram utilizados recursos lúdicos e a história de Tarzan e foi percebido que a garota se mostrou inseguro e em conflito entre permanecer no abrigo e voltar para sua casa.
Resumo: O presente artigo faz uma reflexão acerca da atuação profissional em abrigos, uma vez que o trabalho em tais instituições é diretamente atravessado por questões de violência e maus-tratos. Infelizmente encontramos em abrigos alguns profissionais despreparados para trabalhar com crianças vítimas de violência. É função do abrigo oferecer um ambiente seguro e acolhedor para as crianças que passaram por tais situações. O artigo discute esses aspectos a partir dos frutos da observação do trabalho de profissionais em um abrigo durante o estágio de Psicologia Jurídica, com o objetivo de contribuir para a compreensão da função do abrigo como um lugar promotor do desenvolvimento emocional da criança.
SEQUEIRA, V. C. O holocausto e a violência de cada dia. Jornal do Crp/06, p. 13 - 13, 01 mar. 1999.
SEQUEIRA, V. C. São Paulo, capital dos estrangeiros. Jornal do conselho de psicologia -06, sp, p. 19 - 19, 01 jun. 1999.